Em 2007, atravessei a fronteira de espectador para chegar no brincante tirador de loa ou, como eu prefiro ser chamado, no macumbeiro. Nesse mesmo ano estava compondo, cantando e desfilando nos maracatus mais novo e mais tradicional, Solar e Az de Ouro. Estava ao lado de ícones dessa brincadeira carnavalesca como Pingo de Fortaleza, Descartes Gadelha, Inês Mapurunga e Alan Mendonça... Começar assim é o mesmo que ter a própria alma pintada de negrume. Desse tempo minha maior emoção foi a entrada do Maracatu Solar no corno da Avenida Domingos Olimpio com essa loa sendo cantada em unisono por todos os brincantes.
25 de mar. de 2016
Patú
Wilton Matos e Marlene Freitas |
Conheci essa simpática senhora na Vila dos Poetas em Maranguape, Ceará. Farmacêutica aposentada trabalhou com o lendário Abreu Matos implantando as Farmácias Vivas em Maranguape. De cara me convidei para visitar o seu jardim e aprender um pouco com essa pessoa. Fomos eu e Paola para essa visita numa manhã que a gente não esperava, nem imaginava. Na entrada, uma casa de alpendre recheada de plantas, flores, suculentas, cactos, árvores de impressionar. Eu soltando elogios e a Marlene falou: "é que você ainda não viu o quintal". Aí o quintal... é de tirar o fôlego, suspirar e sentar para se recompor de emoção e retomar a visita. Uma estufa de orquídeas, mais e mais flores, quase todas cuidadosamente identificadas. São de várias origens sendo compradas ou ganhadas. Há também um roçado com milho, macaxeira, feijão. Árvores frutíferas e outro tanto de plantas medicinais. Claro!
Fiquei curioso de saber como foi pra ela chegar até aquela estágio. Senta que lá vem a história. D. Marlene contou que tudo começou na sua infância. Ela ainda nem falava direito e um tio colocava pequenas flores nas mãos da pequena Marlene e dizia: "Patú!". Ai ela se enchia de alegria, cores e odores. Quando dava uma vontade ela babuciava umas palavras para sua mãe: "Mãe, qué patú". E a mãe prontamente cacheava as mãos dela de "patú". Deu uma luz e uma esperança de sair dando os "patús" para despertar em todos esse encantamento pelas plantas. E essa história fica guardada de coração.
Fiquei curioso de saber como foi pra ela chegar até aquela estágio. Senta que lá vem a história. D. Marlene contou que tudo começou na sua infância. Ela ainda nem falava direito e um tio colocava pequenas flores nas mãos da pequena Marlene e dizia: "Patú!". Ai ela se enchia de alegria, cores e odores. Quando dava uma vontade ela babuciava umas palavras para sua mãe: "Mãe, qué patú". E a mãe prontamente cacheava as mãos dela de "patú". Deu uma luz e uma esperança de sair dando os "patús" para despertar em todos esse encantamento pelas plantas. E essa história fica guardada de coração.
6 de mar. de 2016
Os Poetas da Vila
Ray Lima, Carlos Amaro, Reginaldo Figueiredo, Ana Lourdes, Wilton Matos Regina Lima, Iasmin Matos Antonio Pinto |
Um encontro de pé-de-jardim. Do pé-de-serra de Maranguape veio sementes de poesia. Esse momento foi plantado por Antonio Pinto, um vizinho que largou a cidade para viver na Vila dos Poetas em Maranguape. Essa Vila é uma experiência de vida coletiva baseada na transformação através da arte e da natureza. E o que eles foram fazer no meu jardim? Conversar, profetizar, poetar e cantar. Um papo nutrido de hortas, árvores, fotografia, poesia e a história de nossas vidas que agora, definitivamente, se entrelaçam para fortalecer uma rede de boas práticas ambientais e gastronômicas.
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