24 de mai. de 2017

Os Primeiros Passos

Wilton, Adriano, Arthur, Jean, Hermano, Francélio.

Aos poucos estamos retomando as atividades no Caminho. Reformulamos a metodologia, integrando todas as atividades sendo pensada em núcleos (Individualidade, Coletividade, Espiritualidade e Projeto de Vida) e dimensões (Saúde, Trabalho, Meio-Ambiente, Educação, Família e Justiça). E chegando novos caminheiros para realizar os grandes desafios. Com bastante disposição vamos seguindo. 

Começamos o dia cantando (Da manga rosa quero o gosto e o sumo...) e assistindo alguns videos para compreendermos a diversidade de bichos e plantas na nossa horta. Esquematizamos as atividades para entender a importância de cada processo existente no caminho e saber o objetivo de tudo isso. Jardins, agrofloresta, compostagem, minhocário, horta, roça e finalmente a cozinha. Concluimos que tudo passa pelo nosso bucho. Uns mais e outros menos. Se a gente cuida da minhoca que produz o humus que vai pra horta que vai pra cozinha vai com certeza cair no nosso bucho.

A participação foi total dos presentes. Tanto nas observações, nos questionamentos e na colocação de conhecimentos sobre o assunto que estávamos nos debruçando. No final ainda vimos o funcionamento da composteira e do minhocário, e ainda como fazer o manejo. 





22 de mai. de 2017

Responsabilidade Social e Ambiental do Banco do Nordeste no Caminho

Wilton, Adriano, Elza, Marilac, Francisco, Cynara, Lívia,
Leonete, Paulo, Jean, Carlos e Mário. 

Um grupo de funcionários do Banco do Nordeste que coordenam os projetos de responsabilidade sócio-ambiental do banco estiveram no Caminho para uma visita. Nessa manhã, entre tantas conversas do que somos e o que fazemos na vida, foi nos chegando as percepções do quanto fazemos parte de uma rede de atitudes para um mundo melhor. 

Eles conheceram em detalhes a missão do Caminho e os caminheiros que participam do projeto, sejam eles egressos do presídio ou voluntários que cedem um tanto do seu tempo para as atividades do projeto. Parte das atividades são em contato com a natureza como hortas, roças e agroflorestas que se complementam com atividades de escolarização, física e espiritual. Há também espaços que estão aos poucos sendo reativados como a produção de adubo, o viveiro de mudas... Conheceram também um pouco da nova estrutra criada para apoiar o caminheiro baseado nos eixos da individualidade, a coletividade, a espiritualidade e projeto de vida que se desdobram nas dimensões da educação, saúde, justiça, ambiental, família e trabalho.

Com certeza esse encontro foi de semear possibilidades de caminhos a serem trilhados. Sigamos os passos da estrada que a gente vai descobrindo suas belezas.

20 de mai. de 2017

Futuros Novos Vizinhos

Luana, Clésio e Marcílio

Quando minha família escolheu o Sítio São Pedro para semear os nossos sonhos rurais, houve uma preocupação da gente ficar no isolamento. A distância de Fortaleza, o tamanho do sítio e dos terrenos vizinhos meio que anunciavam essa possibilidade. Eu mesmo nunca acreditei no isolamento, sempre penso no ajuntamento de pessoas e ideias afins que convirjam para um mundo melhor, um modo de vida mais equilibrado com a natureza. E assim vem acontecendo no Sítio São Pedro.

Agora, começou a chegar gente com vontade de ficar mesmo. Clésio Mendes, Luana e Marcílio já chegaram na pegada de ver, negociar, apreciar e ousar no terreno vizinho. Deram uma passada aqui para ver como é experiência do cultivo em terrenos inclinados.  Vieram e ajudaram na preparação dos canteiros do pomar de aniversário, o meu. São mais de 60 frutíferas. Estamos preparando um novo sistema de irrigação para o período de estiagem. 

Depois das atividades rurais um merecido banho nas águas do riacho do terreno do outro vizinho. Fizemos um pequena trilha com eles para ver um pouco dos 10 hectares. O terreno tem riacho, terra boa para plantar e um lugar para fazer a casa. Agora é pegar a chave da porteira e jogar as sementes. Vamos ter uma boa vizinhança por aqui.



17 de mai. de 2017

Vivente - Telma Eugênio



Este ano resolvi transformar o meu jardim em rota para viajantes que buscam contato com a permacultura urbana, rural e social. O jardim cumpre a função de atrair as pessoas e que logo descobrem que é apenas um portal para uma rede de iniciativas em Fortaleza que cuidam do mundo. Ao mesmo tempo, eu não tinha noção que ele iria trazer para o meu redor seres tão encantados. 

A Telma Eugênio é a quarta pessoa que veio aqui no meu jardim pra passar duas semanas no mês de maio. Mineira de Belo Horizonte, largou o emprego no Rio de Janeiro para pesquisar as experiências de economia local que existem no mundo. Fortaleza é seu primeiro destino dessa viagem documentada no www.meupequenolocal.com.br. A priori, eu não imaginei o quanto essa moça, até um pouco contida nos primeiros dias, iria proporcionar de mudanças e intensidades nessa vivência. A mudança mais significativa e que reflete em toda a experiência é que ela deixa de ser chamada de voluntária para se tornar uma "vivente". A vida ganhou valores importantes nas dimensões da gastronomia, cosméticos, fotografia, relações humanas, urbanas e rurais, também no cinema, música e poesia. Assim, "vivente" é o que melhor expressa a profundidade da experiência.

Tratamos de organizar as atividades das duas semanas numa agenda colorida tentando conciliar as atividades no jardim, no sítio, oficinas, cursos, visitas com a escala do meu trabalho. No jardim as atividades na primeira semana foram intensas para preparar tudo para a oficina Ao Meu Redor. Foram quatro idas ao Sítio São Pedro ajudando na agrofloresta compensado com os banhos de riacho. Visitamos a Dona Marlene, responsável por implantar as farmácias vivas em Maracanaú; Doze Tribos, comunidade espiritual que tem uma produção de alimentos orgânicos; Viva Gente, projeto do Governo do Ceará que fornece cursos e mudas de plantas medicinais; Banco Palmas, banco comunitário de moeda social no Conjunto Palmeiras e o projeto Caminho que acolhe egressos dos presídios com atividades da permacultura. Na gastronomia, além de conhecer o Majir, experimentamos várias receitas como o pão-de-quê, receita da vivente Julia Vilela, lasanha de legumes, pão-de-queijo-de-legumes na frigideira, sopa de jerimum, arroz com milho e jerimum...  e a taioba. hummm...rs. Oficinas teve de cosméticos naturais e de fotografia, um ensinado para o outro. Ainda iniciamos um processo de composição musical e organizamos, junto com a Julia Vilela, um sarau inesquecível no meu jardim com amigos.

Certamente não coube todas as percepções. Os diálogos, reflexões e afetos diários não caberiam nesse texto limitado. Pode parecer difícil acreditar, mas toda essa intensidades de atividades facilitou o meu cotidiano, seja nas atividades do jardim, na preparação dos alimentos saudáveis, no apoio para realizar oficinas. Descobri minha cidade com novos olhares, ganhei uma excelente companhia com a possibilidade de refletir e compreender melhor a humanidade.

Que assim sempre seja essa vivência!