25 de jul. de 2017

Calango-Liso

Calango-liso (Brasiliscincus heathi)

Definitivamente não é fácil pegar um calango e principalmente quando ele é liso.  Esse aqui deu um vacilo e consegui pegá-lo no terreno da casa do sítio São Pedro.  Como todo calango gosta estava tomando um banho de sol e catando pequenos insetos. 


20 de jul. de 2017

Perereca

Perereca (Phasmahyla cochranae)


Phasmahyla cochranae é uma espécie de anfíbio da família Hylidae. Perereca endêmica do Brasil. Normalmente vive na vegetação ciliar ao longo dos córregos florestais. Encontrei esse aí na agrofloresta do Sítio São Pedro depois que instalamos a irrigação. É encontradaem grupos pequenos, geralmente não mais de 3 indivíduos. Os ovos são depositados em massas gelatinosas no interior de envelopes de folhas dobradas postas acima de riachos encaixoeirados. Após eclodirem os girinos pingam das folhas e vão para aguas mais calmas e profundas. Durante o dia eles se refugiam sob pedras, troncos e outros detritos ou na agrofloresta.




Fonte

19 de jul. de 2017

Casa de Sementes

Caminheiros escolhendo as sementes.

Desde a primavera do ano passado mantemos uma casa de sementes recheada de esperança. A atividade do dia foi cuidar e fazer as escolhas para um plantio com melhor qualidade. É assim que as sementes criolas vão se aperfeiçoando. Então, escolhemos as sementes mais fortes e perfeitas para o nosso canteiro para garantir uma boa colheita.

As casa de sementes da RIS (Rede de Intercâmbio de Sementes) é a nossa inspiração.



Vamos escolher a felicidade
Vamos escolher a alegria
Mesa de sementes

7 de jul. de 2017

Chapada do Araripe - Itaiçaba - Majorlândia

Barbalha - Perto do fogo para aquecer o corpo pela manhã. (Fotos: Julia Vilela)
Roteiro de Férias Completo

Embrenhei nesses caminhos na companhia da Julia Vilela, viajante do mundo. Percorremos nessa região uma rede de pessoas realizando experiências diversas num sentido de um mundo melhor. Bem melhor que esse relatado em manchetes de jornais. Senti que há uma iminência de fortalecimento de conexões e interações práticas. Na Majorlândia, em Itaiçaba ou no Cariri tudo borbulha feito um caldeirão. Pessoas dedicando a própria vida buscando soluções para si e para todos. 

"O mundo muda, a gente muda. A gente muda, o mundo muda." Karnak

Cariri

Em todas as visitas que fiz ao Cariri a pegada era sempre espiritual ou cultural. Seja nas procissões em Juazeiro, seja na Festa de Santo Antonio em Barbalha e seja nas milhares de expressões culturais embrenhadas nessa região. Mas dessa vez a busca foi por experiências com a terra, no ato de plantar colher ou biocontruir.

Aldeia da Luz (Barbalha). É um espaço de experimentações permaculturais e humanas. A bioconstrução é evidente e muita orgânica. Logo na chegada participei do Ritual do Maracá as margens de uma fogueira guiada pelo pajé potiguar Guaracy Pajé Catu. Já foi o anuncio do clima vivencial do lugar. A proposta de alimentação é o crudivorismo. A Fanka vem traçando um novo conceito chamado de biopermacultura onde aprofundar a reorganização interior é uma premissa. Ainda tive a oportunidade de facilitar a oficina Ciclos de Vida para contribuir com a leitura permacultura do espaço.

Museu Beatos (Crato). Uma iniciativa familiar que registra, guarda e divulga a cultura do Cariri. Salas temáticas expõe a literatura, a espiritualidade, a música, a dança e as brincadeiras populares da região. Nos arredores do museu ocorre as "terreiradas".  É quando é possível viver todas essas coisas. Dane de Jade explica que o museu também abriga artistas residentes que ajudam na manutenção da horta, agrofloresta, Museu do Boi Mansinho e o próprio Museu Beatos.

Mirawê (Crato). Outro lugar em que a bioconstrução se evidencia através da madeira e caminha no conceito de arte. É belo em seus detalhes e funcionalidades. Uma cozinha aberta, o chão em espirais e as paredes de pet. Os móveis são heranças que preenchem os espaços com afetos e histórias da família de Brisa Cabral. O Lixo Zero é uma busca com objetivos bem claros num painel. E as noites frias são aquecidas pelos acordes desconcertantes de Fabrício Rocha.

Paulo Campos e Luciana Medeiros (Crato). Enquanto na oficina os paletes ganhavam ou perdiam forma a base de marteladas, eu e o Paulo refletíamos a permacultura em nossas vidas. Uma restrospectiva da chegada dessa ferramenta no Brasil e principalmente no Ceará foi necessário para embasar os pensamentos. Interessante também é a educação participativa que o casal conseguiu estabelecer com a escola das filhas Jasmim e Clarissa. Para relaxar ajudei no manejo da horta e da composteira. E para relaxar mais ainda fomos a Cascata do Lameiro praticamente no quintal de casa. Inacreditável!

Zé Arthur (Nova Olinda).  É uma figura emblemática da agrofloresta no semi-árido. Há 20 anos vem provando a viabilidade dessa ferramenta nesse clima tão hostil. O começo foi com o próprio Ernest Götsch que chegou a passar 2 meses acompanhando o processo. Embora o manejo esteja um pouco fraco a diversidade de frutíferas é evidente.

João Bel (Altaneira).  Entrei numa verdadeira sala de aula de simplicidade e humildade. Em pouco mais de 1 hectare, João cultiva cerca de 35 tipos de hortaliças entre alfaces, berinjelas, morangos e maracujás gigantes. Esse lugar me impressionou com o vigor da paisagem. É de dar gosto! Tudo muito bem cuidado por apenas duas pessoas. Quase inacreditável! E, de fato, para uma horta funcionar é preciso irrigação e muita dedicação. Vez por outra alguém leva sementes de plantas novas e no casa eu a Julia é que trouxemos muitas sementes. Depois haverá de ter recompensa.

Assetamento 10 de Abril (Crato). Os assentamentos são sempre ricos em lutas, história, conquistas e grandes áreas de cultivo. Fomos recebidos por D. Zezé uma das organizadoras da comunidade que nos contou um pouco dos 26 anos de existência daquele lugar. Do alpendre de sua casa a medida que contava o dedo apontava as feituras no que dava pra ver dos 1250 hectares. São 37 famílias que fazem agroecologia produzindo fartura nas hortas, roçados e até apicultura. Pudemos conhecer a mandala de D. Zezé sortida de frutas, verduras. legumes e plantas medicinais. No assentamento as famílias acordaram que bebida não se vende e nem se usa. Veneno, nem pras plantas, nem pras pessoas.

Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (Crato).  Nesse lugar aconteceu o primeiro bombardeio do Brasil. Muitas pessoas morreram, quase tudo foi destruído mas as memórias são se apagam assim. Beato José Lourenço recebeu as terras e a benção de Pe. Cícero e transformou o lugar num refúgio, num abrigo e num oásis. Alimentou 5 mil pessoas numa seca dessas. O Caldeirão é uma cisterna cravada na pedra dentro do leito de um rio e nunca seca. Mal foi ver as crianças tomando banho no caldeirão, bom foi eu me juntar a elas. Um mergulho nessa nossa história de fé.

ABC da Educação Ambiental (Barbalha). Joacy Cordeiro e Ana Claudia são encantados que semeiam um mundo melhor pela via da educação. E o fazem muito bem. A casa é um aparato pedagógico prático. Horta, irrigação inteligente, compostagem, minhocário, fossa ecológica, fogão eco eficiente... Tudo isso é material didático para alunos, professores e pesquisadores que recebem de visita. Eles também desenvolvem projetos em escolas e buscam envolver a comunidade para essas experiências mais saudáveis para o planeta.

Itaiçaba

Sítio Vovô Joaquim. Lise Souza é a catalisadora de uma grande transformação nesse sítio da família. Reformou a casa de traços tradicionais, abriu canteiros de agrofloresta, hortas e pomar, trouxe galinhas e caprinos, espaços meditativos e curativos. Aos poucos vem reavivando o fluxo dos familiares e amigos nesse espaço tão cheio de sentidos. Para aguar tudo isso não vai faltar água por conta das cacimbas, poços e rios atravessando o terreno. Aqui também aconteceu a oficina Ciclos de Vida e uma boa conversa com o caseiro Francisco na maneira de lidar com a terra.

Majorlândia

Eco Camping Flor da Moringa. As passagens as vezes são rápidas mas e nem por isso não deixam de ser intensas. Felipe Andrade me recebeu na sua casa-obra-arte-biocontrução e contou um pouco das aventuras e emoções de construir seguindo o fluxo da criatividade. É o tipo de casa que não tem fim porque o arquiteto mora nela. No terreno ao lado fica o camping que faz hospedagem em meio a horta, piscina natural, agrofloresta, sanitário ecológico, construções em bambu e o bambuzal. Quando ele me mostrou a foto do terreno a 10 anos atrás vi como os permacultores são importantes para o planeta. Um monte de areia reflorestada e abundante.

Esse foi mais um trecho das férias. E ainda tem mais. Aguardem!
Crato - Quarto para hospedes em Mirawê
Crato - Cozinha biocostruida Mirawê
Crato - Moradores e visitantes Mirawê
Crato - Brisa e Fabrício em Mirawê
Altaneira - Horta Dois Irmãos
Altaneira - João Bel
Nova Olinda - Agrofloresta do José Arthur
Barbalha - Oficina de Ciclos da Vida com Fanka na Aldeia da Luz
Crato - Paulo Campos, Clarissa, Luciana e Jasmim 
Crato - Cascata do Lameiro
Barbalha - Ritual do Maracá na Aldeia da Luz
Crato - Assentamento 11 de Abril
Crato - Caldeirão
Crato - Caldeirão
Crato - Caldeirão
Barbalha - AEA (Abecê da Educação Ambiental)
Barbalha - Forno a lenha eco-eficiente no AEA (Abecê da Educação Ambiental)
Itaiçaba - Conversa acocorado, mais perto da terra
Itaiçaba - Espaço meditativo
Itaiçaba - Conversa de beira de rio
Itaiçaba - Wilton Matos e Lise Souza


1 de jul. de 2017

IV Festival de Arte Ecologia - Meruoca

O IV Festival de Arte e Ecologia da Meruoca acontece na comunidade São Vicente. O festival teve como tema deste ano AGROECOLOGIA, A NATUREZA SUSTENTÁVEL com a presença de moradores, agricultores, permacultores, artistas e políticos para discutir, repensar e praticar políticas ambientais sustentáveis.  

Os agricultores presentes, com seus gestos simples de semear a terra, sabem bem o que é preciso para transformar a terra numa floresta-jardim comestível. A conversa com seu Sebastião sobre agrofloresta é inspiradora. Seu José Maria é uma tranquilidade com seu viveiro de mudas enxertadas.

Do pouco que vi das noites culturais, porque teve muito mais, deu pra curtir o Maracatu Rei Zumbi, quadrilha junina, cantores, capoeira, um trisco da Rosinha do Acordeon. E ainda fizeram a gentileza de ceder o palco para eu dar uma canjinha e contribuir para engrossar o caldo.
Escapamos da programação oficial do Festival para conhecer a Cachoeira Pe. Linhares. Dessas belezas que nos dá orgulho e vontade de andar mais pelo Ceará. 

Alimentador de pássaro. Televisão da serra vista da varanda da casa.
Orquídea
Wilton Matos, Emanuelle Rocha, Hermano Filho, Emanuele Silva, Eveline Silva, Marcelo Sideaux, Sofia Frota e Marco George.
Roda de Conversa com agricultores, permacultores, políticos... sobre a melhor forma de tratar o meio ambiente.
José Maria ensinando a técnica de enxertia em mangueira.
Oficina de Permacultura com Marcelo Sideaux
Permacultura é arte
Wilton Matos pensando que a vida deve ser mais simples.
Atire a primeira pedra o que tiver mais apertado.
Vista da serra no espaço de convivência
Maracatu Rei Zumbi na noite cultural
Cachoeira Pe. Linhares
Cachoeira Pe. Linhares
Cachoeira Pe. Linhares
Fotos do Festival