A Revolução dos Sombreiros

Fotos: Sandra Helena (Crítica Radical)

Quem quer sombra ou planta árvore ou arruma um sombreiro da Dona Bibi de Itaiçaba. Hoje foi um festival de chapelões para livrar cabeça, pescoço e ombros, dependendo da pessoa até o corpo inteiro, do último dia de Sol de novembro. Gratidão a professora Lise e Hulda, caravana de Itaiçaba.

Estamos chegando na metade da preparação da nossa Agrofloresta. Já temos pronto pelo menos 200m² de canteiro para plantar. Já dá pra ver tudo brotando, crescendo e um pouco mais tarde colhendo. "Aí que lindo!" Pelo que tudo indica chegaremos no final do mês com 640m². Um ótimo tamanho para a primeira de tantas agroflorestas que vamos semear no mundo.

Hoje acolhemos o garoto João Vitor que veio com o irmão, Antonio Ivo, e também o Aguiar da comunidade Intervalo. Dourado mostrou o funcionamento da usina de compostagem que em breve deverá funcionar para produzir adubo necessário na agrofloresta.

Na Ciranda de Maria (2015)

Cirandar para homenagear figuras como Maria Luíza é talvez mais receber que se doar. É honroso falar de uma mulher tão corajosa. Incansável em seus ideais sem perder a ternura diante da situação de barbárie. Maria é inspiração não só para cirandas, também para um modo de vida que faz a crítica, certamente radical. 

Na Ciranda de Maria
Wilton Matos

A vida é festa
Na ciranda de Maria
Num é só hoje é todo dia
Que ela ensina a celebrar
Vamos lutar
Contra todo regimento
Adubar o pensamento
Pra a emancipação brotar

Tô aqui para avisar
Que a Maria está chegando
E a roda se formando
Para o povo cirandar

Vamos embora
Que esperar não é saber
Não espere acontecer
Vamos cirandar agora
Fazer a hora
E seguir esta canção
Cantar forte o seu refrão
E brincar até a aurora

E bem alto eu vou gritar
Que a Maria está chegando
E a roda se formando
Para o povo cirandar

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Inspiração e Incidental - Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores de Geraldo Vandré

Agrofloresta de Gente

Agrofloresta é um ajuntamento de pessoas numa atividade que produz e requer muita abundância e energia. O Caminho está passando por uma experiência da policultura de pessoas reunindo egressos do presídio, do emprego, da cidade, da ociosidade, do matrimônio, das enfermidades, do capitalismo... Nossa missão é caminhar juntos nessa jornada para um destino melhor para todos. E a agrofloresta tem uma sido uma ferramenta social bastante eficiente para reunir nossas energias, habilidades, intenções de vida, cultura, conhecimento... Esta agrofloresta está para muito além das plantas.

Ainda estamos caminhando firme na preparação do terreno e dos canteiros. Corte dos troncos com moto-serra, trituração de folhas e galhos e cobertura do solo com o material triturado. Abrimos mais um círculo de bananeiras para destinar os galhos. Não é fácil mas com tanta gente não é difícil.

Nesse dia acolhemos Manjari do Ciclovida com seu filho Jaga, e Silvia e Antonio do Intervalo. Nossa floresta só brota gente do bem.

Mutirão de Agrofloresta

Hermano Filho

Deborah Paiva

O Sítio São Pedro também se prepara para o período de chuva com um Sistema Agroflorestal. Muita terra para preparar para a chuva que vem, ninguém sabe quando. Sempre com gente boa e instigada nas atividades da terra, do barro e das plantas. A agrofloresta ficará entranhada no pomar que foi plantado no meu aniversário, no mês de outubro. Agora é preparar para receber as bananeiras, mamão, milho, feijão, melancia, melão, beringela, pepino, abobrinha... entre outras delícias. A ideia é plantar também muita água e quem manda a semente é São Pedro.