26 de ago. de 2016

Saracoteando em Devaneios (2006)



Um romance, um amor, uma dor e uma alegria ambientado numa roda de tambor de criola. O amor não escolhe lugar para nos engrandecer. E dentro dessa expressão cultural tão forte no Maranhão o repique dos tambores e do coração parece que nunca vão cessar. Quem nunca rodopiou sua saia no encanto do tambor cace uma roda nos terreiros de Fortaleza para dar uma pungada na vida.



Saracoteando em Devaneios
Wilton Matos / Lilia Guedes

Ai quanto aperreio
Eu saracoteando em devaneios
Enquanto a chuva não para
Enquanto o cortejo não passa
Enquanto essa nêga não vem

Ai que sofrimento
Em toda vida um só tormento
O coração que não obedece
Quem disse que dor engrandece
Nunca chorou por ninguém

Ai só me resta cantar
A canção que nunca vai acabar
Que serve de acalento
Pra esse meu desalento
Que não sei se vai ou
Que eu não sei se vai ou se vem
Se vai ou se vem

Sou da fúria crivador
Repicando ao meu amor
Que passa na pungada
Roda a saia cheia de graça
Desafia meu tambor

Espero o santo deixar
Para fazer meu tambor cantar
Espero sua cor
Minha negra fulo
Que dança até me acabar

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