Calabouço de Hugo Theóphilo |
Normalmente, calabouço é o nome dado as prisões que ficavam nas profundezas dos castelos medievais. E o que tem haver com esse jardim maravilhoso da fotografia? Vamos já entender.
Esse é o jardim do Hugo Theóphilo, jardineiro, padeiro, véi e pai do Caio. É um indignado com os castelos da sociedade que encarcera a nossa vida em calabouços estéreis, sendo eles físicos e psicológicos. Em resumo, um modo de vida que sequestra a nossa vida para fazer valer o ciclo da morte no trabalho, na escola, no lixo e na desconexão com a natureza. Antes, ele até pensou em mudar o mundo para o Caio. Viu que o fardo era pesado demais para sua hérnia de disco e resolveu cuidar do seu jardim. Carinhosamente chamado de Calabouço para ele nunca esquecer do lugar que ele está e o que ele é, um prisioneiro.
No começo, esse jardim era quase tudo morto, condizente com o propósito dos reis do castelo. Só depois de muitas crises, incômodos e conselhos do cabeça de cabra (Claudio Oliver) fez-se a luz nesse jardim. E veio a fotossíntese. Aos poucos os ciclos da vida penetraram nesse lugar. Tente, mas é bem difícil de imaginar que nessa casa de 150m2 tivesse galinheiro, composteira, minhocário, aquaponia, padaria, bananeira, abelha jandaíra e uma horta com incontáveis plantas (umas 50 variedades de ervas e hortaliças). Sim é muito difícil imaginar! Precisa ser um dos mais de 400 participantes das oficinas ministradas nesse jardim para se ter uma noção. A luz iluminou outros tantos prisioneiros da sociedade que hoje estão incomodados com as algemas que agora veem.
E foi no êxtase desse jardim que o Hugo se libertou. Descobriu que a vida só é possível dentro de outra lógica. Hoje é fugitivo do calabouço que ele destruiu, comprometendo as estruturas do castelo. Procurado principalmente pelo pão e bolo de macaxeira, dizem que ele anda pelas bandas da Caucaia, próximo aos índios tapebas. Conseguiu um pedaço de terra, que chama Theophilândia, para fazer o ciclo da vida girar.
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