17 de mai. de 2017

Vivente - Telma Eugênio



Este ano resolvi transformar o meu jardim em rota para viajantes que buscam contato com a permacultura urbana, rural e social. O jardim cumpre a função de atrair as pessoas e que logo descobrem que é apenas um portal para uma rede de iniciativas em Fortaleza que cuidam do mundo. Ao mesmo tempo, eu não tinha noção que ele iria trazer para o meu redor seres tão encantados. 

A Telma Eugênio é a quarta pessoa que veio aqui no meu jardim pra passar duas semanas no mês de maio. Mineira de Belo Horizonte, largou o emprego no Rio de Janeiro para pesquisar as experiências de economia local que existem no mundo. Fortaleza é seu primeiro destino dessa viagem documentada no www.meupequenolocal.com.br. A priori, eu não imaginei o quanto essa moça, até um pouco contida nos primeiros dias, iria proporcionar de mudanças e intensidades nessa vivência. A mudança mais significativa e que reflete em toda a experiência é que ela deixa de ser chamada de voluntária para se tornar uma "vivente". A vida ganhou valores importantes nas dimensões da gastronomia, cosméticos, fotografia, relações humanas, urbanas e rurais, também no cinema, música e poesia. Assim, "vivente" é o que melhor expressa a profundidade da experiência.

Tratamos de organizar as atividades das duas semanas numa agenda colorida tentando conciliar as atividades no jardim, no sítio, oficinas, cursos, visitas com a escala do meu trabalho. No jardim as atividades na primeira semana foram intensas para preparar tudo para a oficina Ao Meu Redor. Foram quatro idas ao Sítio São Pedro ajudando na agrofloresta compensado com os banhos de riacho. Visitamos a Dona Marlene, responsável por implantar as farmácias vivas em Maracanaú; Doze Tribos, comunidade espiritual que tem uma produção de alimentos orgânicos; Viva Gente, projeto do Governo do Ceará que fornece cursos e mudas de plantas medicinais; Banco Palmas, banco comunitário de moeda social no Conjunto Palmeiras e o projeto Caminho que acolhe egressos dos presídios com atividades da permacultura. Na gastronomia, além de conhecer o Majir, experimentamos várias receitas como o pão-de-quê, receita da vivente Julia Vilela, lasanha de legumes, pão-de-queijo-de-legumes na frigideira, sopa de jerimum, arroz com milho e jerimum...  e a taioba. hummm...rs. Oficinas teve de cosméticos naturais e de fotografia, um ensinado para o outro. Ainda iniciamos um processo de composição musical e organizamos, junto com a Julia Vilela, um sarau inesquecível no meu jardim com amigos.

Certamente não coube todas as percepções. Os diálogos, reflexões e afetos diários não caberiam nesse texto limitado. Pode parecer difícil acreditar, mas toda essa intensidades de atividades facilitou o meu cotidiano, seja nas atividades do jardim, na preparação dos alimentos saudáveis, no apoio para realizar oficinas. Descobri minha cidade com novos olhares, ganhei uma excelente companhia com a possibilidade de refletir e compreender melhor a humanidade.

Que assim sempre seja essa vivência!







2 comentários:

  1. fiz todas aquelas declarações de amor no post sobre o Jardim WM no final da primeira semana, mas ainda faltava mais da metade pra se viver! Foi lindo, Wilton <3 Que você desperte essa alegria de estar em movimento em muito mais gente que vai pousar por ai. Será que Fortaleza me deixa ir embora? Um cheiro,

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  2. Olá Wilton! Paz e bem! A Eu havia visitado o blog várias vezes e somente hoje me toquei que não o seguia! Coisas de uma taurina desligada.
    Mas quero te agradecer por tanta lindeza. Por tanta inspiração. Por essa visão curativa.
    Um abraço, querido amigo reparador de sonhos e ações!

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